As negociações para colocar um ponto final no impasse político que dura desde as eleições de Setembro ainda não foram encerradas pela CDU e o SPD. O líder dos sociais-democratas, Martin Schulz, abriu uma porta a Angela Merkel depois de, na campanha eleitoral, ter dito que não estava disponivel para governar com a chanceler. O papel do antigo presidente do parlamento europeu na aprovação e manutenção de um executivo liderado pela vencedora do acto eleitoral tem sido o principal motivo de atraso na conclusão do processo.
O acordo político poderá ser uma oportunidade para os dois sobreviverem no cargo durante a legislatura, evitando descontentamentos por parte dos membros de cada partido, mas o professor da Universidade de Sewanee, Reinhard Zachau, entende que o destino de cada um será diferente. O docente considera que “Merkel vai ficar mais reforçada e Schulz tem poucas possibilidades de continuar na liderança do SPD porque haverá mudanças”.
O parlamento alemão ganha mais importância caso o SPD fique fora do executivo. Contudo, nem todos os partidos vão recolher benefícios de uma eventual fragilidade governativa de Merkel, também por causa dos falhanços nas negociações iniciais entre a CDU, Verdes e os Liberais. Reinhard Zachau explica que “os Verdes ficam com mais força porque estiveram disponiveis para formar uma aliança com Merkel e já governaram ao lado do SPD”. No sentido contrário, os Liberais podem perder peso político “por terem terminado as conversações iniciais com a CDU”.