Os ataques norte-americanos às bases do regime sírio para protegerem a população de Douma acentuaram as divisões no território. A instabilidade militar e política aumenta sempre que está em causa a segurança das pessoas. Os países envolvidos no conflito não estão dispostos a conversarem, mesmo ao nível das Nações Unidas.
A utilização de armas químicas por parte de Bashar al-Assad gerou mais uma onda de indignação em todo o mundo, mas nenhuma parte pretende abdicar da posição que conquistou dentro do território sírio nos últimos anos.
Os Estados Unidos e a Rússia são acusados de serem os principais causadores da instabilidade por todos os actores internacionais, bem como pelos que estão no terreno, nomeadamente a Turquia que ataca os norte-americanos e os russos ao mesmo tempo. No entanto, a investigadora do Council on Foreign Relations, Janine di Giovanni, não acredita que “os Estados Unidos estejam muitos interessados na Síria porque, no plano humanitário, fiquei desapontada pelo recuo de Obama após os ataques químicos de 2013”.
A Turquia assume uma posição ambígua, embora recentemente tenha realizado uma cimeira com a Rússia e o Irão para discutir o futuro territorial da Síria. O controlo dos curdos também é uma prioridade para Ancara. A autora do livro “The Morning They Came from Us: Dispatches from Syria”, entende que “os interesses geopolíticos da Turquia são naturais, sobretudo devido à situação dos refugiados”.
A União Europeia tenta ser uma voz activa na tentativa de resolução do conflito, apesar de não se sentar à mesa com as principais potências. A participação de alguns países no desmantelamento de grupos terroristas que pretendem atacar a Europa reduz a importância da instituição no plano político, mas existe competência ao nível da “assistência humanitária”.