O Reino Unido já iniciou as negociações com a União Europeia para a saída em 2019. Os resultados de cada reunião serão escrutinados por todos os agentes políticos na Câmara dos Comuns porque a liderança de Theresa May manter-se-à instável durante alguns meses. O actor mais interessado nos desenvolvimentos do Brexit é o líder do Partido Trabalhista. O fundador e director do think-tank TalkPolitics, Matt Gillow, acredita que Jeremy Corbyn vai ter uma posição diferente consoante as propostas que estiverem em cima da mesa. Caso não haja acordo, “Corbyn pode criticar o governo por ter deixado ficado mal o Reino Unido”. Se houver entendimento, “o líder trabalhista coloca-se ao “lado dos apoiantes do Brexit”.
Os conservadores podem acalmar as críticas internas com reformas que não estão dependentes do resultado das conversações com a União Europeia, sobretudo na regulação e comércio. Matt Gillow explica a necessidade de “se realizarem trocas comerciais com os países da Commonwealth”.
Nas últimas três eleições gerais os conservadores conquistaram o poder, embora sem maioria absoluta em 2010 e 2017. O desastre económico dos governos trabalhistas na primeira década do século deram mais força eleitoral, mas no futuro precisam de ter outro tipo de discurso e objectivos para voltarem a governar sozinhos. Matt Gillow considera que “o partido precisa de falar sobre assuntos que não estão relacionados com a economia, como a corrupção, devolução de poderes e as liberdades individuais, além de manter o rumo traçado por David Cameron no ambiente”.