O candidato à Câmara Municipal de Almada pela Coligação Almada Desenvolvida explica a contribuição que o PPM, MPT e o Aliança podem ter no projecto de centro-direita para alcançar a vitória nas próximas eleições autárquicas. Nuno Matias defende uma alternativa racional para os habitantes da cidade não terem que pagar uma taxa sempre que se desloquem a Lisboa.
Qual foi a razão para ser necessário uma coligação com vários partidos de Direita para conquistar a Câmara Municipal de Almada?
A ideia é muito claro e passa por construir uma Coligação de Centro-Direita, formada por partidos que têm linhas de orientação estratégicas e de ação com pontos comuns e que possa mostrar que o projeto que apresentamos para ter uma Almada mais Desenvolvida tem ainda mais força, pois junta mais pessoas, para lá das fronteiras de um só partido (e neste caso foi possível conjugar vontades em 5…) e com isso procurar motivar mais cidadãos a não serem abstencionistas e a participar numa verdadeira Aliança com as pessoas, pelas pessoas e com uma visão muito concreta sobre o que precisa de ser feito e como vai ser feito.
De que forma é que três partidos sem representação parlamentar como o PPM, MPT e o Aliança podem contribuir para a vitória nas eleições?
Qualquer um destes partidos não deixa de ter um espaço eleitoral e cívico que tem expressão também no concelho de Almada, pelo que estamos com esta nova AD a criar uma plataforma mais forte, mais ampla que certamente poderá representar mais cidadãos na certeza de que se olharmos para, por exemplo, os resultados eleitorais em eleições legislativas no concelho de Almada, a soma destes partidos representaria uma vitória (possivelmente até por maioria absoluta) se fossem transpostos para as eleições autárquicas. Isso deve-se ao facto de uma parte desse eleitorado ser abstencionista em Autárquicas, mas se esse nível baixar, e com esta grande Coligação, estão criadas as condições para sermos vencedores.
Acredita que a experiência parlamentar de Joana Mortágua e Inês de Medeiros podem ser obstáculos difíceis de ultrapassar?
Eu próprio também fui com muita honra deputado à Assembleia da República e por isso não me parece que haja obstáculos por essa via. O maior obstáculo é mesmo motivar os abstencionistas, pelo que a nossa estratégia é continuar a promover uma ligação direta com todos os interessados e nesse sentido continuarei a fazer contactos porta a porta a deixar o meu número de telemóvel pessoal a todos para que possam ter a certeza que têm um Presidente com quem podem falar. Fiz isso em 2017 e todos os que tentaram sabem bem que conseguiram falar comigo e tiveram a atenção merecida.
Como encarou a interferência governamental relativamente à substituição do pavimento nos acessos à praia Fonte de Telha realizados no Verão de 2020?
O problema da Fonte da Telha não é uma questão de interferência mas sim de abandono daquele território e das suas gentes durante décadas, por culpa de sucessivos governos, organismos públicos e responsáveis autárquicos que preferiram assobiar para o lado e pedir responsabilidades a terceiros. O que ali foi feito, mesmo que de forma transitória, até que o Governo apresente o Plano anunciado para a sua requalificação. Eu posso achar que algumas coisas podiam ter sido um pouco diferentes, mas no geral, foi feita uma requalificação em cima de uma estrada que já existia e estava consolidada, com um aspeto fundamental, que foi a criação de barreiras de proteção que não mais permitem o acesso de viaturas para as, ai sim, dunas primárias que hoje estão mais protegidas. Com uma questão também importante- pela primeira vez em décadas, a Fonte da Telha teve atenção e intervenção para melhorar, para já apenas um pouco, a qualidade de vida de quem ali habita ou de quem dela usufrui.
Qual é o balanço da atuação da liderança da Câmara Municipal no combate à pandemia?
A Câmara Municipal procurou agir com coesão social, apoiando quem mais sofreu, ajudando as atividades económicas, o movimento associativo, mas também cidadãos carenciados, mais idosos e com necessidade de apoio. Certamente que não foi tudo perfeito ou tão rápido como certamente todos desejaríamos, mas foi um esforço sério, equilibrado, genuíno e que apoiou de forma objetiva muitos cidadãos.
A construção de um túnel entre a Trafaria e Algés é a melhor forma de aproximar Almada da Área Metropolitana de Lisboa?
Almada continua a ser dos poucos municípios que não tem uma alternativa racional para chegar à capital do país sem se ser taxado, pelo que antes demais devia ser avaliada a possibilidade de haver medidas tarifárias de discriminação positiva para quem habita nestes concelhos que não têm outra solução (e não fazendo sentido fazer um desvio por Vila Franca de Xira para chegar de Lisboa a Almada, ou ir a nado para não se pagar…). No entanto, percebendo que há que ser equilibrado não deixa de ser importante que se crie uma verdadeira rede de mobilidade e acessibilidade à escala metropolitana e para isso o fecho do anel da CRIL é um caminho essencial e que não visa levar mais carros para Lisboa, mas sim garantir uma rede equilibrada de distribuição de tráfego que evite congestionamentos desnecessários. Por isso, sim, o túnel pode ajudar a tornar mais equilibrado o modelo de mobilidade e acessibilidades da AML, sendo que eu defendo que deverá passar por uma renegociação com a Lusoponte e sem investimento público.
Quais são as infraestruturas que Almada precisa para evoluir em termos sociais e económicos?
Precisa de ter capacidade de atrair, acolher e apoiar o desenvolvimento de mais projetos empresariais que sejam mais capazes de criar valor para que esse valor seja mais investido nas pessoas. Almada precisa de ser o melhor local para investir, para viver ou para trabalhar e para isso a Câmara tem que saber promover as nossas potencialidades, agilizar os processos de acompanhamento dos potenciais investidores e garantir a existência de soluções para a sua instalação, destacando-se toda a área à volta do campus da FCT/UNL na Caparica, mas também a ajuda do Caramujo/Romeira que poderão ser ótimos locais para a instalação de Hubs criativos.
Tendo em conta a dificuldade dos jovens terem habitação própria em Lisboa, que tipo de incentivos o Concelho de Almada pode oferecer para atrair mais pessoas?
Almada tem que ter uma estratégia de habitação sustentável que permita criar alojamentos com uma política clara para Jovens, para Realojamento de Famílias Carenciadas e por forma a garantir que é possível combater e erradicar o fenómeno das barracas , mas para isso temos que identificar os problemas, conter a sua proliferação, fiscalizar mais o espaço público (e daí a nossa proposta de criação da Polícia Municipal) para solucionar uma chaga que se mantém há demasiadas décadas.