A recente mudança de liderança no Partido Liberal trouxe mais instabilidade ao país porque Scott Morrison é o sexto Primeiro-Ministro australiano em onze anos. Uma pequena revolta dentro do partido que lidera o executivo colocou Malcolm Turnbull fora da acção política, três anos depois de assumir o cargo.
A coligação governamental confiou a missão de liderar o país a Scott Morrison. A docente da Universidade de Sydney, Charlotte Epstein, entende que “os maiores desafios do chefe do governo passam por reconquistar a confiança dos eleitores”. A tarefa torna-se complicada devido aos problemas internos do partido. Desde a chegada ao poder em 2013, os liberais já efectuaram duas trocas no cargo de primeiro-ministro. No entanto, a professora acredita que “o foco principal deve ser a governação do país”.
No plano partidário, o novo líder também tem o desafio de convencer os sectores liberais, embora Charlotte Epstein não considere que Scott Morrison “seja dos políticos mais conservadores”.
Os problemas decorrentes das constantes alterações de executivo não estão relacionados com as regras implementadas pela constituição. As crises dos últimos anos são provocadas pela organização internas dos partidos. O Partido Trabalhista também governou de 2007 a 2013 com bastante instabilidade, já que, em seis anos efectuou o mesmo número de mudanças de liderança no governo que o principal oponente. O último primeiro-ministro trabalhista só esteve três meses no cargo. Por causa destas razões, a docente universitária garante que “será necessário uma mudança de cultura política no país porque a constituição não estabelece como funciona o sistema partidário”.