O antigo candidato à liderança do Partido Trabalhista, Owen Smith, foi afastado por Jeremy Corbyn da linha da frente do combate parlamentar após a publicação de um artigo defendendo a realização de um referendo sobre o acordo alcançado entre o Reino Unido e a União Europeia dentro de um ano.
As negociações tendo em vista o Brexit provocam bastantes divisões dentro do partido porque existem várias correntes de opinião, nomeadamente na manutenção dos britânicos no mercado único.
A saída de Owen Smith coloca novamente questões relativamente à liderança de Corbyn, mesmo que tenha vencido os últimos actos eleitorais internos, bem como alcançado um bom resultado nas legislativas do ano passado, sendo que, neste momento as sondagens também motivam o líder trabalhista. Apesar dos números serem positivos, o professor da Universidade do Exeter, Richard Toye, entende que “a demissão de Owen Smith representa apenas uma parte do colapso em que se encontra o partido”. Contudo, o docente explica que o ministro sombra para a Irlanda do Norte “pode ser novamente candidato, mas dificilmente chega à liderança”.
Nos últimos anos, o actual líder foi várias vezes testado no plano interno e externo. No seio do Partido Trabalhista teve de enfrentar um acto eleitoral extraordinário em 2016, além de várias tentativas de golpes políticos, nomeadamente dentro do grupo parlamentar. A nível externo perdeu o referendo sobre o Brexit porque defendeu a manutenção, mas no ano passado conseguiu evitar a maioria absoluta dos conservadores nas eleições antecipadas. Richard Toye garante que “Corbyn não consegue ter mão nos deputados, embora seja competente nas campanhas eleitorais”.